Saúde

Câncer cresce entre jovens e exige mudança de hábitos, alerta oncologista

Casos em pessoas com menos de 50 anos aumentaram 79% em três décadas; no Brasil, câncer de mama e colorretal se expandem entre adultos jovens

Em apenas três décadas, o número de novos casos de câncer em pessoas com menos de 50 anos disparou. Dados internacionais apontam que a incidência global nessa faixa etária subiu 79% entre 1990 e 2019. No Brasil, a tendência se reflete no aumento de diagnósticos de câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos e na crescente ocorrência de tumores colorretais em adultos jovens.

O oncologista Fernando Cotait Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer, explica que esse cenário não se deve a mudanças genéticas rápidas, mas ao estilo de vida contemporâneo e a exposições ambientais. “Hábitos pouco saudáveis, como dietas ricas em ultraprocessados e pobres em nutrientes, consumo de álcool, tabagismo e sedentarismo, estão diretamente associados a vários tipos de câncer”, escreveu Maluf em artigo de opinião. Ele lembra que a obesidade e o sobrepeso se tornaram epidêmicos e que esses fatores estimulam o aumento de tumores do intestino e do endométrio.

Pesquisas mostram que, nas últimas duas décadas, a mortalidade por diversas neoplasias cresceu entre brasileiros de 20 a 49 anos. No mesmo período, houve aumento expressivo na incidência de câncer de próstata e de tireoide e uma escalada de diagnósticos de câncer de cólon e reto – com elevação tanto na incidência quanto na mortalidade.

Para Maluf, combater essa epidemia silenciosa passa pela conscientização sobre os fatores de risco e pela adoção de hábitos saudáveis. Ele defende que a população jovem deve ter acesso à informação e a estratégias de prevenção, como alimentação balanceada, prática regular de atividade física, redução do consumo de álcool e abandono do tabagismo. O médico enfatiza ainda a importância do rastreamento precoce: exames como a colonoscopia, a mamografia e o Papanicolau devem entrar na rotina de jovens com histórico familiar ou fatores de risco.

Embora o câncer ainda seja mais comum entre idosos, o especialista ressalta que a doença já não é mais uma preocupação restrita à terceira idade. Reconhecer essa nova realidade, segundo ele, é o primeiro passo para enfrentá-la de forma eficaz.

Redação

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