spot_img

PodViva destaca importância do Abril Azul e debate inclusão, empatia e mitos sobre o autismo

Encerrando as ações do Abril Azul, o PodViva deste sábado (26) entrevistou a psicóloga infantil Jéssica Richelle, que atua há 10 anos na região do Vale do São Francisco. Especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e formada em desenvolvimento infantil, transtornos do neurodesenvolvimento, Terapia Cognitivo-Comportamental, Modelo Denver de Intervenção Precoce e avaliação do desenvolvimento, Jéssica abordou a urgência e a importância de discutir o autismo.

Mãe atípica — seu filho do meio foi diagnosticado com autismo aos 18 meses —, Jéssica revelou que a experiência pessoal foi um divisor de águas em sua carreira. “Eu já trabalhava com o público infantil, mas não com crianças atípicas. Ele foi minha maior inspiração e força”, contou.

Durante a entrevista, a psicóloga reforçou a importância do diagnóstico precoce, da inclusão social e escolar, e do combate ao preconceito ainda enfrentado por milhares de pessoas autistas no país. “O diagnóstico não deve ser visto como um rótulo, mas como uma ferramenta de orientação. Quanto mais cedo começamos, maiores são as chances de estimular o desenvolvimento da criança em aspectos como comunicação, interação social e autonomia”, afirmou.

Segundo Jéssica, identificar os primeiros sinais é essencial para iniciar rapidamente o processo de avaliação e intervenção. “Entre os principais sinais observados nos primeiros anos de vida estão a dificuldade na comunicação verbal e não verbal, o pouco contato visual, o interesse restrito por objetos e comportamentos repetitivos. Ao perceber essas características, os responsáveis devem procurar uma equipe multidisciplinar para uma avaliação completa”, orientou.

Mitos sobre o autismo

Durante o Abril Azul, especialistas também se dedicam a esclarecer mitos e divulgar informações corretas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um dos equívocos mais difundidos, segundo Jéssica, é a falsa associação entre o autismo e vacinas — uma teoria já refutada por inúmeros estudos científicos.

“Infelizmente, ainda ouvimos muitos mitos, como o de que todo autista tem deficiência intelectual ou de que são agressivos. O espectro é amplo e cada pessoa tem características únicas. O conhecimento e a empatia são fundamentais para combater o preconceito”, destacou.

Jéssica encerrou sua participação enfatizando que o autismo não precisa de cura, mas de compreensão. “Cada criança, adolescente ou adulto autista tem um mundo interno rico e potente. Com os estímulos certos, todos podem desenvolver suas habilidades e ocupar seu espaço na sociedade com dignidade e respeito”, concluiu.

Por Lidiane Souza

spot_img

Leia Também

Artigos Relacionados

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here