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Superação e justiça: Ela entrou na polícia para prender seu agressor

A história de Jessica Martinelli, uma policial civil de Chapecó, Santa Catarina, é um exemplo de coragem, superação e determinação. Após enfrentar um trauma profundo na infância, ela transformou sua dor em força e decidiu ingressar na Polícia Civil para buscar justiça. O destino lhe proporcionou a oportunidade de prender o homem que lhe causou tanto sofrimento.

Uma infância marcada por um crime silencioso

Jessica tinha apenas 9 anos quando foi vítima de um crime cometido por um amigo da família. Esse tormento durou cerca de dois anos e meio e só terminou quando o vínculo entre sua família e o agressor foi rompido. Apesar da dor e do medo, aos 15 anos, ela decidiu denunciar o que havia ocorrido, mas encontrou inúmeras barreiras no sistema judicial da época.

O caminho até a justiça

Movida pelo desejo de fazer a diferença e impedir que outras pessoas passassem pelo que viveu, Jessica ingressou na Polícia Civil em 2016. Menos de um ano depois, teve a chance que esperava há tanto tempo: a prisão do homem responsável por seu sofrimento.

O momento da captura foi um misto de sentimentos. Enquanto se preparava para a missão, Jessica reviveu as lembranças dolorosas da infância. Mas, como profissional da lei, se manteve firme e cumpriu seu dever. “Quando nós estávamos indo, era como se eu tivesse voltado aos 11 anos de idade. Mas eu tinha um misto de coragem: ‘Eu sou uma policial, eu vim prender o cara que fez tudo que fez comigo’”, relatou.

Ela não apenas participou da operação, mas fez questão de ser a pessoa que fechou a cela do agressor. “Foi a sensação de encerrar um ciclo de 10 anos. Nenhuma vítima deveria ter que passar por isso”, desabafou.

Um livro para inspirar outras vítimas

Apesar da prisão, o homem não permaneceu muito tempo encarcerado, pois foi julgado com base em leis antigas. No entanto, a trajetória de Jessica não terminou ali. Em 2024, ela decidiu compartilhar sua experiência no livro “A Calha”, onde narra sua história e busca dar voz a outras pessoas que passaram por situações semelhantes.

Jessica acredita que sua luta vai além da sua própria dor. Ao falar sobre o que enfrentou, ela espera encorajar outras vítimas a denunciarem e a não se sentirem sozinhas. “Ouvi de muitas pessoas que minha ação trouxe conforto para elas, pois muitas não têm mais como prender seus agressores devido ao tempo decorrido”, disse.

De vítima a referência na luta por justiça

Atualmente, Jessica Martinelli continua atuando na Polícia Civil, além de ser pós-graduada em Criminologia, Política Criminal e Segurança Pública. Seu trabalho também se estende à conscientização sobre a violência e o apoio a outras vítimas.

Sua história é um lembrete poderoso de que, apesar das dificuldades, é possível transformar a dor em força. A determinação de Jessica em buscar justiça não apenas para si, mas para outras vítimas, faz dela um exemplo de superação e resiliência.

Redação

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